Esta é a história da avó Maria e da sua neta: eu.
Desde que me lembro, sempre fui apaixonada por bijuterias. Adorava apanhar conchinhas e búzios à beira-mar para transformá-los em colares, juntando as missangas guardadas religiosamente em frascos de vidro. Também cheguei a assaltar a caixa de costura da avó Maria, na esperança de encontrar alguma relíquia que pudesse acrescentar às minhas criações.
Mais tarde, comecei a dar nova vida às bijuterias que a minha mãe já não usava. Recordo-me, por exemplo, de um colar cheio de frutinhas, do qual nasceram vários outros colares e pulseiras.
Tenho gravada na memória a imagem da minha avó, com as mãos na cabeça, a exclamar:
— Para que é que esta miúda quer tanta bugiganga?!
E foi assim que nasceu a Maria Bugiganga.
Para ti.